segunda-feira, 9 de abril de 2012

Comerciantes continuam a reclamar de prejuízos no Pelô



Falta de segurança, de atividades culturais, a convivência  com problemas sociais e a retração típica do período de baixa estação, são os principais responsáveis pela baixa nas vendas e  diminuição da frequência  de baianos e turistas  no Pelourinho, segundo relatos de empresários da região.

De acordo com Maria das Dores Sena, dona de uma loja de joias no Pelourinho, o processo de decadência vem acontecendo gradativamente nos últimos cinco  anos. Segundo a empresária, o movimento teve uma queda de  80% e o quadro de vendedores passou de 33 para 12. “Inclusive estamos pensando na possibilidade de não abrir aos domingos  para reduzir custos. 

O poder público precisa olhar com carinho para o maior cartão-postal de Salvador . O plano inclinado, por exemplo, está sem funcionar há mais de um ano. É preciso realizar um  trabalho  social forte e também  preparar os vendedores ambulantes para receber os turistas, não afasta-los.  Infelizmente muitos turistas e a própria população baiana  estão se negando a visitar o Pelourinho depois de presenciar o quadro de abandono cultural e humano do local,” afirmou.


Para o empresário Roberto Teodoro Santos seria importante se houvesse uma programação fixa no Pelourinho o ano inteiro e não apenas em períodos festivos. Teodoro destaca também que nos últimos meses houve uma melhora  na segurança. Porém, salienta  que as péssimas condições de funcionamento do elevador Lacerda e fechamento do Plano Inclinado também tem contribuído bastante para a queda do movimento na baixa estação.

“ Estou com um dos restaurantes na Praça Quincas Berro D´ Água fechado há um ano devido a falta de programação no local. É preciso pensar em uma agenda para o ano inteiro e viabilizar o acesso de baianos e turistas ao Pelourinho”, afirma.

Na opinião de Clarindo Silva, coordenador do projeto cultural Cantina da Lua, quem lidera revitalização do Centro Histórico são os eventos culturais de qualidade que levam os turistas para conhecer o Centro Histórico.

“Eu não concordo quando se fala que o Pelourinho é inseguro porque eu desconheço o bairro que tenha policiamento 24 horas por dia. Infelizmente o problema do Pelourinho é a questão social, que é de responsabilidade dos órgãos públicos e da sociedade como um todo”, justifica.

Clarindo faz uma crítica a obstrução das principais vias de acesso do Centro Histórico e a grande quantidade de pedintes, como sendo um dos entraves para a expansão do turismo no Centro Histórico.” O Pelourinho é o coração do Brasil, e é preciso muito mais que uma programação cultural para que todos visitem o  espaço sem a sensação de insegurança”, destaca.

Fonte: Tribuna da Bahia

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