quarta-feira, 30 de novembro de 2011

A incoerente e bem vinda privatização dos aeroportos


No auge do caos aéreo de 2007, o Democratas realizou um seminário em São Paulo sobre a situação do sistema aeroportuário do Brasil. Participaram especialistas da área de vários locais do mundo. Parlamentares do DEM ouviram responsáveis por alguns dos aeroportos mais movimentados de seus países.

A principal conclusão do seminário foi que o governo brasileiro precisaria conceder a operação de seus aeroportos à iniciativa privada caso quisesse resolver o problema do supercongestionamento de pessoas, aeronaves, estacionamentos, etc.

Leia as principais conclusões do seminário no site da Fundação Liberdade e Cidadania, do Democratas: http://migre.me/6gRYp

Um trecho da conclusão: “O panorama mundial confirma que se trata de um bom negócio, havendo, portanto, uma ampla margem para incorporação da iniciativa privada, imprescindível em face das notórias dificuldades com que se defronta o governo para efetivar investimentos em setores de infraestrutura”.

O documento lembrava que só os investimentos para a região metropolitana de São Paulo deveriam somar R$ 10 bilhões em três anos. Mas o valor previsto pelo governo não chegaria a R$ 7 milhões. O dinheiro privado era, portanto, imprescindível.

“Adiante-se ainda que se trata de criar condições para que a iniciativa privada assuma os investimentos requeridos, sem o que corremos sério risco de transformar, em autêntico colapso, o que se convencionou denominar apagão aéreo”, afirma o texto de conclusão do seminário.

O documento foi entregue ao governo, que deu de ombros. Ignorou as sugestões do Democratas. Preferiu continuar atacando qualquer tipo de privatização. Na campanha eleitoral de 2010, por exemplo, o PT teve como uma de suas principais estratégias a absurda acusação de que a oposição, se eleita, iria “privatizar o pré-sal”.

Um dos slogans da candidata Dilma Rousseff, inclusive, era que, se eleita, continuaria “não privatizando”.

Quatro anos após o seminário do Democratas e um ano depois do fim da campanha presidencial, eis que, na segunda-feira, a presidente Dilma Rousseff vai ao Rio Grande do Norte presidir a solenidade de concessão à iniciativa privada da construção e exploração do aeroporto de São Gonçalo do Amarante. Uma incoerência enorme, mas bastante bem vinda.

Ocorrido em agosto, o leilão de concessão de São Gonçalo do Amarante foi um sucesso. O suposto baixo interesse dos investidores foi desmentido quando dois grupos se digladiaram, lance a lance, para ficar com o negócio. O Consórcio Inframérica, formado pela Infravix (construtora Engevix) e pela argentina Corporación América, ganhou a disputa com um lance de R$ 170 milhões, ágio de 228,8% em relação à oferta mínima de R$ 51,7 milhões.

São esperados investimentos de R$ 650 milhões na obra. Distante 20 km do centro de Natal, o aeroporto será uma alavanca para a economia de todo o Nordeste.

O presidente do Democratas, José Agripino, esteve no evento de segunda-feira. Não deixou de notar a incoerência daquilo tudo. “Fui a São Gonçalo do Amarante assistir a Dilma anunciar o que o DEM propôs em 2007”, afirmou.

Também devem ser repassados à iniciativa privada a operação dos aeroportos de Guarulhos(SP), Congonhas (SP), Viracopos (SP), Galeão (SP) e Confins (MG).

O seminário do DEM, entretanto, propôs mais medidas que o governo não ousou tomar. Por exemplo, caberia à Infraero principalmente as atividades de fiscalização e planejamento estratégico. Na verdade, o governo quer que a Infraero continue dona de 49% das ações dos aeroportos a serem concedidos. É um entrave aos investidores.

Mas a boa iniciativa do governo pode ter chegado tarde. De acordo com nota técnica do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 10 dos 13 aeroportos não irão se adequar a tempo para a Copa do Mundo de futebol, em 2014. E, mesmo quando estiverem concluídas, as obras de reforma dos terminais estarão defasadas. Até o mundial, o fluxo de passageiros deve crescer 45%, superando em muito as projeções da Infraero.

Se tivesse ouvido os conselhos do Democratas em 2007, o governo poderia estar livre dos apuros que passa no setor de transporte aéreo. E os passageiros teriam serviços muito melhores.

Fonte: Imprensa Democratas

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Neto quer discutir papel da prefeitura na segurança


O deputado ACM Neto (DEM) lançou hoje (28), em coletiva à imprensa de Salvador, o projeto "A cidade pede paz", que tem como objetivo levantar propostas que serão apresentadas nas eleições de 2012 na área da segurança pública. "Como em 2008, queremos colocar novamente na pauta das eleições municipais a questão da segurança pública, só que agora com mais antecedência. Acreditamos que a prefeitura também tem que fazer a sua parte para ajudar principalmente na prevenção, mas também na repressão ao crime", disse o parlamentar. Deputado estadual pelo Espírito Santo e ex-secretário de segurança pública daquele estado, Rodney Miranda, especialista na área e que participa do projeto, também participou da coletiva, além de vários políticos, a exemplo dos deputados estaduais Luizinho Sobral (PTN), Elmar Nascimento (PR), Sandro Régis (PR), Augusto Castro (PSDB) e Paulo Azi (DEM).

O projeto, que termina na manhã do próximo sábado, dia 3, com um grande ato em favor da paz no Farol da Barra, consiste na realização de fóruns em universidades e bairros da capital, além de panfletagem em pontos estratégicos da cidade. Hoje à noite, o primeiro evento: um fórum no campus da Ucsal da Federação, a partir das 19h, com a presença do ex-secretário de Segurança do Espírito Santo, Rodney Miranda, que trabalhou duro para reduzir a criminalidade naquele estado na gestão de Paulo Hartung.

ACM Neto afirmou que uma das heranças deixadas pelo governador Jaques Wagner será o aumento da criminalidade em Salvador e toda a Bahia. Ele afirmou ainda que a prefeitura poderia ter feito muito mais para ajudar o estado na área da segurança. "Em 2008, apresentei propostas como o Observatório da Violência e a implantação de câmeras nos bairros, além do fortalecimento da guarda municipal. Muito pouco foi adotado".

No evento direcionado para a imprensa, o deputado aproveitou para convocar os soteropolitanos para participar do projeto. "Esperamos contar com a adesão da população nesse movimento que é em defesa da vida. Não é partidário". Segundo Neto os indicies alarmantes de violência em todo o estado pode e deve ser debatido abertamente com a população. "A segurança deve ser discutida com os maiores envolvidos, que é a sociedade. E se engana quem acha que a prefeitura não tem poder para administrar. Vamos discutir a papel da prefeitura no combate a violência e como podemos reverter essa situação".

Na quinta-feira, dentro do mesmo projeto, Neto participa de mais um Fórum Comunitária de Cidadania, desta vez para discutir a segurança pública, no bairro de Paripe, subúrbio ferroviário, a partir das 18h. No sábado, dia 3, o deputado comanda um ato no Farol da Barra em defesa da cultura da paz.

Fonte: www.acmneto.com.br

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Neto aposta todas as fichas em união da oposição


Durante a coletiva de lançamento do projeto "A cidade pede paz", realizada hoje (28), no escritório político de Salvador, o deputado ACM Neto (DEM) também foi questionado sobre sucessão municipal. "Apostaria todas as minhas fichas na unidade da oposição já no primeiro turno", disse, alertando que está em sintonia com os demais partidos, como PSDB, PMDB, PR, PTN, PPS, PRP, PSC e PRB. "Acho que depois do Carnaval, lá no final de fevereiro e começo de março, nós possamos definir o nome que irá disputar a prefeitura de Salvador", sinalizou.

Diante de uma platéia formada por jornalistas, políticos e pré-candidatos de vários partidos, Neto afirmou que não adianta definir o nome agora, já que a população ainda não está voltada para as eleições do ano que vem. Ele revelou ainda que as pesquisas não serão o único critério para a escolha do candidato. "Estou a vontade para falar isso, já que estou liderando todas as pesquisas até aqui", frisou. Entre os outros critérios, as eleições de 2014 também estarão na mesa de negociação. "É preciso definir o papel de cada um nas duas próximas eleições majoritárias, sem imposições de nomes ou projetos pessoais".

O deputado lembrou que a oposição está avançando na união em várias cidades do interior, a exemplo de Irecê, Vitória da Conquista, Itabuna e Feira de Santana. "Mas não teremos êxito se não conseguirmos a união também em Salvador, o que acredito que acontecerá já no primeiro turno, algo fundamental. Se depender só do Democratas, essa aliança vai acontecer".

Estiveram presentes na coletiva, além de jornalistas de praticamente todos os veículos de comunicação de Salvador, os deputados estaduais Paulo Azi (DEM), Elmar Nascimento (PR), Sandro Régis (PR), Augusto Castro (PSDB) e Luizinho Sobral (PTN).

Fonte: www.acmneto.com.br

Sistemas de defesa e segurança em frangalhos


Seja nas Forças Armadas, na Polícia Federal ou mesmo nos sistemas estaduais de segurança pública, a situação do Estado brasileiro com relação à defesa de nosso território ou do cidadão é de enorme deficiência. Faltam recursos, pessoal e estratégias definidas. Mesmo onde as verbas são abundantes, os resultados são pífios.

Para começar, as Forças Armadas. Um relatório sigiloso divulgado no começo da semana passada pelo jornal Estado de S. Paulo comprova o sucateamento do setor militar no País.

Entregue recentemente ao Palácio do Planalto, o relatório mostra o estado de deterioração dos equipamentos das três Forças. Segundo os militares, os dados esvaziam a pretensão brasileira de obter uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU.

Por exemplo, a Marinha brasileira hoje só tem condições de operar 4 de seus 23 jatos. E nenhum deles pode pousar ou decolar no porta-aviões São Paulo. Os aviões parados estão sendo “canibalizados” para fornecer peças aos que ainda conseguem voar.

Apenas metade das 100 embarcações de guerra está navegando. Dos cinco submarinos, somente dois operam. Das 74 viaturas dos Fuzileiros Navais (as mesmas utilizadas para subir os morros do Rio de Janeiro), apenas 28 funcionam (38%).

Na aeronáutica, dos 219 caças, 72 estão em operação (32%). Dos 81 helicópteros, 22 voam (27%). Entre as 174 aeronaves de transporte, só 67 estão em atividade (38%).

A metade exata dos 78 helicópteros do Exército está parada. Já entre os 1.610 blindados, são 982 os que podem sair do lugar (61%).

Na defesa de nossas fronteiras, atribuição da Polícia Federal, mais descaso. Tido como prioridade do governo Dilma Rousseff, o Plano Estratégico de Fronteiras praticamente não saiu do papel.

O plano previa a duplicação do efetivo operacional, melhoria das instalações, e pagamento de adicionais para os agentes lotados nas fronteiras. Devido ao corte de R$ 1,5 bilhão no orçamento do Ministério da Justiça, nada disso aconteceu.

Por exemplo, o aumento salarial dos policiais estava previsto para entre 20 e 40%. O reajuste, entretanto, já foi adiado para 2012.

O governo até conseguiu aumentar o envio de agentes da PF para atuar nas fronteiras, mas as remoções e aposentadorias tornaram o saldo nulo. Os concursos para cargos nas Forças Federais também foram cancelados.

O Plano prevê que 49 Veículos Aéreos Não Tripuláveis (Vants) vigiem nossas fronteiras. Apenas 1 já entrou em operação.

O anúncio de ampliar de 21 para 49 os postos de fronteiras foi só da boca para fora. Nenhuma nova unidade foi implantada.

Enquanto isso, todos nossos 16,8 mil km de fronteiras são patrulhados por apenas 500 policiais. Não custa lembrar que quase a totalidade das drogas consumidas aqui e boa parte das armas ilegais atravessa essas divisas.

O Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado oficialmente na semana passada, mostrou que a violência é um flagelo que não para de crescer no Brasil.

O desenvolvimento econômico não reduziu os índices de homicídio, que aumentaram em 13 estados entre os anos de 2009 e 2010.

Os aumentos dos assassinatos foram dramaticamente expressivos em estados como Alagoas (42,8%) ou Sergipe (23%).

Os números gerais do Anuário mostraram uma queda de 2,1% no índice de assassinatos no Brasil como um todo em um ano. Porém, o avanço não é verdadeiro, pois algumas secretarias de segurança pública simplesmente não repassaram a totalidade das informações para a publicação.

O problema, nesse caso, não é exatamente falta de recursos. O Brasil está na média mundial de despesas com segurança em proporção ao PIB: 1,4%. O curioso é que o aumento de renda da população nos últimos anos não teve como consequência direta a diminuição da criminalidade.

Em qualquer âmbito que se investigue, é possível perceber que as áreas envolvendo segurança da população como um todo foram um dos grandes fracassos da gestão petista frente ao governo federal. Houve negligência, conivência com a bandidagem e descaso com os profissionais da segurança. Mais quem pagou um preço caro foi a sociedade inocente, muitas vezes em vidas humanas.

Fonte: Imprensa Democratas

Estados não repassam todos os dados e número de homicídios cai


Houve redução de 2,1% entre 2009 e 2010, mas faltam informações de MG, SC, ES e AP

O número de homicídios no país teve uma queda de 2,1% entre 2009 e 2010, conforme revela o Anuário de Segurança Pública divulgado nesta quarta-feira pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Ano passado, foram contabilizados 20.974 assassinatos, 1.051 mortes a menos que em 2009. Mas os dados não podem ser comemorados. A redução dos índices é atribuída ao repasse de informações incompletas pelos governos de Minas Gerais, Santa Catarina, Espírito Santo e Amapá. Os dados fornecidos pelo governo do Rio de Janeiro também ainda não são considerados inteiramente confiáveis.


Num momento em que se fala da lei de acesso a informação, o sistema de segurança pública do país está longe de ser transparente. As estatísticas ainda são muito precárias - afirmou o sociólogo Renato Lima, secretário-geral do Fórum.


O governo de Minas Gerais só repassou ao governo federal 74% dos dados criminais disponíveis. O banco de dados do governo federal é a fonte principal de informações ao anuário elaborado pelo fórum. Mas o caso mais grave de descaso com as estatísticas sobre violência é de Santa Catarina. As informações repassadas pela administração do ex-governador Luiz Henrique (PMDB) representam apenas 31% das ocorrências registradas pelas unidades policiais do estado.


Mesmo com a subnotificação, o número de homicídios em Minas teve um crescimento de 22,6%. O aumento de homicídios foi ainda mais expressivo em Alagoas (48%) e no Rio Grande do Norte (23,9%). Rio de Janeiro e São Paulo estão na lista de estados que registraram redução de mortes violentas. No Rio o número de assassinatos caiu 16,8% entre 2009 e 2010. Em São Paulo a queda foi de 4,9%.


Para 51% dos entrevistados, Judiciário "nada ou pouco confiável"


Pesquisa divulgada pelo fórum informa que 65% dos entrevistados consideram a polícia "nada ou pouco confiável". A desconfiança se estende também aos magistrados. O estudo mostra que 51% dos entrevistados declaram que o Judiciário brasileiro é "nada ou pouco confiável". A sondagem foi feita em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Bahia e Pernambuco. O anuário aponta ainda que o Brasil gasta em segurança pública mais até que países desenvolvidos, mas ainda assim continua com elevadas taxas de assassinatos.


"O Brasil gasta muito, mas gasta muito mal.


O Brasil gasta muito, mas gasta muito mal. Não conseguimos reduzir as taxas de violência e nem garantir direitos. O estado brasileiro não esta dando conta do recado - afirma Lima.


Fonte: O Globo país

Plano de fronteiras patina por falta de recursos e policiais federais se revoltam


Coordenado pelo vice-presidente da República, Michel Temer, projeto de duplicar efetivo operacional, melhorar instalações e pagar adicional aos profissionais não sai do papel.

Vannildo Mendes, de O Estado de S.Paulo

Na média, os postos têm de 3 a 5 policiais - um quinto do necessário - vivendo em alojamentos. Temida no passado, a PF passou a ser afrontada abertamente e em alguns casos tem levado desvantagem no combate ao crime.

Em dezembro passado, durante perseguição a um barco de traficantes, no Rio Solimões, dois policiais foram mortos e um terceiro ficou ferido. O armamento usado pelos bandidos era bem mais potente. A Fenapef pediu ao Ministério Público que responsabilize a direção-geral da PF e o governo pelas mortes.

Comandado por Temer, o plano prevê o reforço de duas ações de Estado já existentes na fronteira: a operação Sentinela, coordenada pela PF, e a operação Ágata, realizada pelas Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica) sob o comando do Ministério da Defesa.

Com orçamento inicial de R$ 200 milhões, que deveriam ser liberados este ano, o plano prevê ainda a instalação de 14 Veículos Aéreos Não Tripuláveis (Vants) até 2014 e ampliação de 21 para 49 no número de postos de fronteira. Quase nada foi desembolsado e nenhum posto novo começou a ser construído. Com três meses de atraso, só um Vant entrou em operação neste mês.

Conjuntura. Procurado na terça-feira, 22, pelo Estado, o vice-presidente Michel Temer informou, pela assessoria, que em razão da conjuntura econômica os investimentos foram adiados para 2012. Mas garantiu que o governo tem compromisso com o plano e vai investir mais nas condições de trabalho dos policiais. "Os investimentos serão feitos, mas respeitando os limites de uma conjuntura desfavorável", disse, lembrando que a crise internacional agravou a situação interna e o País foi forçado a adotar aperto orçamentário que atinge não só a PF, mas todo o governo.

O Ministério da Justiça informou que adiou o calendário de investimentos por conta da conjuntura. Mas argumentou que os cortes no orçamento não afetaram a capacidade operacional da polícia nem as ações de combate ao crime na fronteira. Segundo dados do ministério, desde a adoção do plano, em junho, a apreensão de drogas na fronteira alcançou 100 toneladas, quantidade oito vezes maior que a média do período nos últimos anos.

Na média, os postos têm de 3 a 5 policiais - um quinto do necessário - vivendo em alojamentos. Temida no passado, a PF passou a ser afrontada abertamente e em alguns casos tem levado desvantagem no combate ao crime.

Em dezembro passado, durante perseguição a um barco de traficantes, no Rio Solimões, dois policiais foram mortos e um terceiro ficou ferido. O armamento usado pelos bandidos era bem mais potente. A Fenapef pediu ao Ministério Público que responsabilize a direção-geral da PF e o governo pelas mortes.

Comandado por Temer, o plano prevê o reforço de duas ações de Estado já existentes na fronteira: a operação Sentinela, coordenada pela PF, e a operação Ágata, realizada pelas Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica) sob o comando do Ministério da Defesa.

Com orçamento inicial de R$ 200 milhões, que deveriam ser liberados este ano, o plano prevê ainda a instalação de 14 Veículos Aéreos Não Tripuláveis (Vants) até 2014 e ampliação de 21 para 49 no número de postos de fronteira. Quase nada foi desembolsado e nenhum posto novo começou a ser construído. Com três meses de atraso, só um Vant entrou em operação neste mês.

Conjuntura. Procurado na terça-feira, 22, pelo Estado, o vice-presidente Michel Temer informou, pela assessoria, que em razão da conjuntura econômica os investimentos foram adiados para 2012. Mas garantiu que o governo tem compromisso com o plano e vai investir mais nas condições de trabalho dos policiais. "Os investimentos serão feitos, mas respeitando os limites de uma conjuntura desfavorável", disse, lembrando que a crise internacional agravou a situação interna e o País foi forçado a adotar aperto orçamentário que atinge não só a PF, mas todo o governo.

O Ministério da Justiça informou que adiou o calendário de investimentos por conta da conjuntura. Mas argumentou que os cortes no orçamento não afetaram a capacidade operacional da polícia nem as ações de combate ao crime na fronteira. Segundo dados do ministério, desde a adoção do plano, em junho, a apreensão de drogas na fronteira alcançou 100 toneladas, quantidade oito vezes maior que a média do período nos últimos anos.

Fonte: Estadão.com.br

Relatório sigiloso da Defesa comprova sucateamento do setor militar no País


Documento reservado, ao qual o ‘Estado’ teve acesso, levanta situação da Marinha, Exército e Aeronáutica e revela queda significativa dos equipamentos em condição de uso.

Tânia Monteiro, de O Estado de S.Paulo

BRASÍLIA - Documento sigiloso produzido pelos comandos militares sobre a situação da defesa nacional repassado ao Palácio do Planalto nos últimos dias mostra um sucateamento dos equipamentos das três Forças. Segundo os militares, os dados esvaziam as pretensões brasileiras de obter uma cadeira permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas, além de inibir a participação do País em missões especiais da ONU.

De acordo com a planilha obtida pelo Estado, a Marinha, que em março mantinha em operação apenas dois de seus 23 jatos A-4, não tem hoje condições de fazer decolar um avião sequer do porta-aviões São Paulo.

Com boa parte do material nas mãos de mecânicos, a situação da Marinha se distancia do discurso oficial, cuja missão seria zelar pela área do pré-sal, apelidada de Amazônia Azul.

Segundo o balanço, que mostrou uma piora em relação ao último levantamento, realizado em março, a situação da flotilha também não é confortável. Apenas metade dos navios chamados de guerra está em operação. Das 100 embarcações, incluídas corvetas, fragatas e patrulhas, apenas 53 estão navegando. Dos cinco submarinos, apenas dois ainda operam. Das viaturas sobre lagartas (com esteiras), como as usadas pelos Fuzileiros Navais para subir os morros do Rio de Janeiro, apenas 28 das 74 estão em operação.

O Ministério da Defesa mantém os dados sob sigilo. A presidente Dilma Rousseff já foi informada das dificuldade que as Forças estão enfrentando e a expectativa, pelo menos da Aeronáutica, é de que a partir do ano que vem o governo retome as discussões em relação à compra dos novos 36 caças brasileiros já que os atuais deixam de voar em 2014.

Queixas. Já afinado com a caserna, o ministro da Defesa, Celso Amorim, que está há apenas três meses no cargo, queixou-se dos baixos investimentos do Brasil no setor e pediu apoio dos parlamentares para a modernização das Forças Armadas.

Segundo ele, proporcionalmente ao Produto Interno Bruto (PIB), o Brasil é um dos países que menos investem em defesa entre os integrantes dos Brics, grupo que integra Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.


O orçamento atual da defesa no País representa 1,39% do PIB, enquanto a Índia investe nesta área 2,8% de seu PIB, e a China, 2,2%.

Na Força Aérea Brasileira (FAB), a situação não é diferente. Dos 219 caças que a Força dispõe, há apenas 72 em operação, o que corresponde a 32%. Em março, eram 85 caças em funcionamento.

Dos 81 helicópteros que a Aeronáutica possui, apenas 22 estão voando, o que corresponde a 27% do total. Em março, eram 27 helicópteros em operação. No caso dos aviões de transporte de tropa, dos 174 que a FAB possui, 67 estão em operação, ou seja, 38%. Em março, 100 aviões deste tipo estavam voando. Aviões de instrução e treinamento caíram de 74 para 49 em funcionamento.

Reforço. Nos bastidores, os militares reclamam e pedem reforço orçamentário. Apontam que quase 90% dos aviões da FAB têm mais de 15 anos de uso, enquanto numa força operacional o recomendável é que, no máximo 50% das aeronaves podem ter mais do que 10 anos de uso. As nove baterias antiaéreas do País estão fora de uso.

O Exército também enfrenta problemas com seus helicópteros. Dos 78 que possui, exatamente a metade está parada. Em relação aos blindados, 40% deles estão parados.

A Força terrestre apresenta apenas um número grandioso: 5.318 viaturas sobre rodas. No entanto, essas são na maior parte carros oficiais para transporte de oficiais de alta patente, jipe e caminhões ultrapassados.

A situação é tão precária que todas as 23 aeronaves a jato da Marinha estão nas oficinas da Embraer. Mas só 12 sairão de lá para missões. As outras 11 serão "canibalizadas" para fornecer peças para aos "sobreviventes".

Fonte: Estadão.com.br


domingo, 27 de novembro de 2011

Desapareceram R$26,5 bilhões destinados a ONGs

A desorganização da República é tamanha que, a partir de uma revelação feita durante debates da Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e a Lavagem de Dinheiro (isso existe?) em Bento Gonçalves, RS, descobriu-se simplesmente que nada se sabe sobre a destinação de R$26,5 bilhões, transferidas do Tesouro para organizações não governamentais, ONGs, entre setembro de 2008 a junho de 2011 (ver nota). Simplesmente, este “dinheirnho” não consta do banco de dados do sistema de Gestão de Convênios e Contratos de Repasse, do Ministério do Planejamento. O montante ninguém sabe onde está ou para onde foi. De acordo com cálculos feitos, o valor não consta no cadastro do Ministério e representa 54% do total repassados por todos os ministérios “e outros entes do governo federal a título de transferências voluntárias. Do total, R$ 20 bilhões foram para convênios e R$ 6,5 bilhões para termos de parcerias e contratos de repasse. A exclusão dessas informações emperra a malha fina sobre convênios e licitações.” Essas informações constam em matéria hoje divulgada pelo Estado de São Paulo.

Fonte: Bahia Notícias

Democratas denuncia Jaques Wagner ao MP por passarela inacabada


“Enquanto o governador Jaques Wagner continua com sua política de mercador de ilusões, propagandeando obras de papel, como a ponte Salvador/Itaparica, o torcedor Anderson dos Santos foi vítima de um atropelo fatal ao tentar atravessar a Avenida Paralela, porque a passarela para o estádio de Pituaçu continua lá inacabada”, indigna-se o presidente estadual do Democratas, José Carlos Aleluia.

Para Aleluia, a morte do tricolor Anderson dos Santos ao tentar ir ver o Bahia enfrentar o Palmeiras, no último domingo em Pituaçu, foi a gota d’água. Ele informa que, nesta segunda-feira (28), o Democratas dará entrada em representação no Ministério Público Estadual, denunciando a má-execução e não conclusão das obras do entorno do estádio de Pituaçu, referentes à construção da passarela “Esquadrão de Aço”, a duplicação da Avenida Pinto de Aguiar e a Vila Olímpica.

“Gastaram bem mais do que o previsto inicialmente para a reforma do estádio e deixaram de realizar obras essenciais à segurança e à comodidade do torcedor, sem falar que, com a demolição da Vila Olímpica da Fonte Nova, Salvador continua sem piscinas olímpicas para preparação de atletas e disputa de competições”, observa o líder oposicionista.

Aleluia não entende a justificativa apresentada pela Conder, principalmente, para a não conclusão da passarela de Pituaçu. “É subestimar muito a inteligência das pessoas, dizer que o atraso da passarela é conseqüência da complexidade da obra. O Palácio Thomé de Souza, sede da prefeitura de Salvador, também em estrutura metálica, foi montado em sete dias. O Ministério Público não pode permitir que novos cidadãos torcedores sejam vítimas do estranho ritmo da administração do governo petista”.

Fonte: Imprensa Democratas

sábado, 26 de novembro de 2011

Governador da Bahia fez lobby por modal mais caro para Copa


Após pressão de governadores, a presidente Dilma Rousseff ordenou ao Ministério das Cidades que mudasse a toque de caixa projetos de transportes para a Copa-2014. Graças à interferência, as cidades de Salvador (BA) e Cuiabá (MT) puderam trocar o BRT (ônibus em corredores exclusivos) por sistemas mais caros e com conclusão mais demorada, como metrô e VLT, o Veículo Leve sobre Trilhos. Os governadores Jaques Wagner (PT-BA) e Sinval Barbosa (PMDB-MT) capitanearam o lobby pela mudança. Informações da Folha de S. Paulo.

Em Cuiabá, houve inclusive substituição de um parecer técnico favorável ao BRT por outro defendendo o veículo leve, conforme noticiou ontem o jornal O Estado de S. Paulo. Na Bahia, Jaques Wagner recebeu o sinal verde de Dilma em 5 de agosto, durante viagem no avião presidencial a Salvador. Até então, a presidente insistia nos sistemas de transporte do plano original da Copa.

O BRT tinha sido priorizado pelo governo federal em 2009, sob a justificativa de que os outros sistemas não seriam concluídos a tempo do Mundial de futebol. Empreiteiras e empresas de equipamento ferroviário, entretanto, se opuseram e passaram a pressionar pela alteração. O ministro Mário Negromonte (PP) chegou a esboçar resistência à mexida, mas cedeu ao lobby que teve a participação até do vice-presidente Michel Temer (PMDB).

Em Salvador, onde o projeto de BRT já tinha até financiamento garantido, a solução foi simplesmente retirar o plano do PAC da Copa. Dias após a determinação do Planalto, o Ministério das Cidades desconsiderou portaria interna e abriu brecha em outro programa federal, o PAC Mobilidade Urbana Grandes Cidades, para acolher o metrô soteropolitano.

Além disso, ainda em agosto, Negromonte autorizou que fosse dilatado o prazo para análise dos projetos de transporte dos estados. Em outubro, ampliou novamente o limite.

Em Cuiabá, a troca do BRT pelo VLT representou um aumento de 140% nos custos -de R$ 500 milhões para R$1,2 bilhão. Segundo a reportagem do Estado, a manobra foi feita com participação do chefe de gabinete de Negromonte, Cássio Peixoto.

O jornal divulgou trechos de gravação de reunião em que a diretora do departamento de mobilidade urbana do ministério, Luiza Gomide, contou a colegas que recebera orientações superiores e que o trabalho deles era "para o governo".

Na conversa, ela menciona também ter recebido instruções de Guilherme Ramalho, coordenador de infraestrutura da Copa e servidor do Ministério do Planejamento. O Ministério Público Federal de Brasília decidiu ontem investigar se houve improbidade administrativa por parte de funcionários do Ministério das Cidades.

Fonte: www.acmneto.com.br

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Em Salvador, Negromonte chora e diz ser vítima de preconceito


Ministro das Cidades diz estar tranquilo sobre sua permanência no governo mas diz que entrega o cargo se Dilma quiser.

Pressionado por denúncias de fraudes em sua pasta, o ministro das Cidades, Mário Negromonte, do PP da Bahia, chorou, na manhã de hoje, em Salvador, durante solenidade de anúncio da segunda etapa do Programa Minha Casa, Minha Vida no Estado.

Depois de receber mensagens de apoio nos discursos do presidente da Assembleia baiana, Marcelo Nilo (PDT), e do presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB), Luiz Caetano (PT), Negromonte se emocionou ao cumprimentar Nilo em seu discurso. "Quero dizer que você é um grande amigo", disse, antes de perder a voz. "Obrigado pela solidariedade. Fique certo que eu jamais irei decepcionar os amigos, o povo da Bahia ou meus familiares".

Entenda a crise: Fraude no Ministério das Cidades encarece obra da Copa

Sobre sua permanência no cargo, Negromonte disse estar "tranquilo". "Quem me ligou foi o ministro Gilberto Carvalho (ministro da Secretaria-Geral da Presidência), dizendo que eu ficasse tranquilo, que a presidenta da República conhece todo o trâmite, que por ela não tem problema nenhum", afirma.

"Não tenho apego a cargo, não vou ficar de joelho para ninguém", diz o ministro. "Fico muito honrado de fazer este trabalho junto com a presidenta Dilma, a primeira mulher presidenta do Brasil, mas só vou ficar lá se me sentir confortável e ela também. Se eu sentir que ela não me quer, eu vou lá e entrego."

Negromonte disse ser vítima de "fogo amigo" dentro do governo e acusou a imprensa de ser preconceituosa com mulheres e nordestinos. "Identifico fogo amigo, claro que sim! Partidos da base aliada e o próprio PP nacional - não da Bahia - têm interesse no Ministério", admite. "As denúncias surgem porque o ministério é importante. A gente toma conta de diversos programas, como o Minha Casa, Minha Vida, de R$ 170 bilhões, o de saneamento básico, de R$ 50 bilhões, o de mobilidade urbana, de R$ 30 bilhões. E a gente contraria muitos interesses. Aqui e acolá tem meia dúzia de insatisfeitos na bancada, é normal".

O ministro participou, durante a manhã, de um evento no qual foi anunciada a construção de imóveis da segunda etapa do Programa Minha Casa, Minha Vida. Deputado eleito pela Bahia, Negromonte também disse ser vítima de preconceito por ser nordestino - e acusou a "imprensa do sul" de ser preconceituosa.

"As denúncias vêm de parte da imprensa, insatisfeita com o governo federal, interessada em enfraquecer a presidenta Dilma (Rousseff). É uma mulher e existe discriminação", especula. "Existe discriminação com o nordestino também. Fizeram uma ilação com a Festa do Bode (Negromonte é acusado de tráfico de influência para ajudar a financiar o evento). Se fosse a Festa da Uva ou da Maçã, certamente ninguém faria discriminação. Mas como é Festa do Bode, coisa de nordestino, e o ministro é nordestino, tome cacetada".

Investigação

Sobre a possibilidade de exonerar auxiliares, o ministro disse ter instaurado uma sindicância para "apurar eventuais irregularidades" e ter avisado a Controladoria Geral da União (CGU) e o Ministério Público. "Disponibilizei toda a documentação original", afirma. "Mas não vou culpar ninguém antes de julgar. A sindicância vai apontar se houve erro e não vou passar a mão na cabeça de ninguém".

Ele, porém, disse não ver irregularidades. "É bom que se entenda que ainda não houve licitação, quem tiver desconfiança tem de ir ao Estado (Mato Grosso) procurar o governador (Sinval Barbosa, do PMDB)", diz. "O governo passado tinha feito uma proposta de BRT e ele (o governador) achou por bem mandar os técnicos analisarem melhor e quis o VLT, que é uma coisa mais moderna", lembrou. "Aí, mandou (a proposta) para Brasília, para uma decisão colegiada da Gecopa, que reúne técnicos dos Ministérios das Cidades, do Planejamento, da Fazenda, do Turismo e do Esporte. Quando ele nos procurou, propondo a alteração, eu disse: 'mudar o modal, tudo bem, mas você vai ter de batalhar para conseguir mais recursos'. E ele vai conseguir mais recursos buscando o financiamento através do seu governo".

Fonte: Último Segundo

Neto lança projeto "A cidade pede paz"


O projeto "A cidade pede paz", idealizado pelo deputado ACM Neto em parceria com a Fundação Liberdade e Cidadania do Democratas, terá início na próxima segunda-feira (28), em Salvador, com uma coletiva à imprensa, no escritório político do parlamentar, no bairro de Ondina. Na quinta-feira, dentro do mesmo projeto, Neto participa de mais um Fórum Comunitária de Cidadania, desta vez para discutir a segurança pública, no bairro de Paripe, a partir das 18h. No sábado, dia 3, o deputado comanda um ato no Farol da Barra em defesa da cultura da paz.

"Os soteropolitanos não aguentam mais tanta violência. Por isso, decidimos nos manifestar durante uma semana pregando a cultura da paz. Ao mesmo tempo, vamos discutir projetos na área da segurança e ouvir a população, que também precisa se mobilizar para pressionar o governo a investir mais na luta contra o crime e na prevenção", afirmou ACM Neto. "Esperamos contar com a adesão da população nesse movimento que é em defesa da vida. Não é uma coisa partidária", acrescentou.

Fonte: www.acmneto.com.b


quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Em manifestação, Zé Celso sugere "acender rojão" em Dilma


O diretor do Teatro Oficina José Celso Martinez Correa causou constrangimento ao reclamar da presidente Dilma Rousseff em ato nesta quarta-feira, na Câmara, que pedia mais verba para o setor cultural.

Artistas e gestores culturais foram convocados pela deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), presidente da Frente Parlamentar da Cultura, para pressionar os congressistas por emendas ao orçamento de 2012 do Ministério da Cultura. A previsão atual é de R$ 1,79 bilhão --valor pouco acima do orçamento 2011.

Convidado a integrar uma mesa composta principalmente de políticos da base governista, Zé Celso que declarou voto na presidente-- passou a desfiar críticas, chamando-a de "tecnocrata" e dizendo que ela comete um "assassinato cultural" ao ficar "prisioneira do lobby e dos partidos".
O diretor usou um isqueiro para demonstrar o que acha que tem que ser feito: "Temos que mudar radicalmente, temos que botar fogo no rabo dos congressistas, da Dilma. Quero acender um rojão nessa mulher!", exclamou, seguido de risos nervosos de público e mesa.

Ele elogiou a "sensibilidade cultural" do ex-presidente Lula e defendeu a ministra Ana de Hollanda, alvo de constantes críticas: "Não façam a ministra de bode expiatório. A Dilma é que é uma tecnocrata que não tem a menor ideia da importância estratégica que tem a cultura."

O secretário de Articulação Institucional do MinC, Roberto Peixe, foi o único a enfrentar Zé Celso ao dizer que não faltam políticas culturais no governo e que o maior problema é a escassez de recursos.

PLANALTO

Após o ato, parlamentares e artistas seguiram para o Planalto, onde foram recebidos em reunião pela ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti. Eles pediram, principalmente, que o governo não vete as emendas apresentadas ao orçamento 2012 do MinC.

De acordo com a deputada Jandira, a Comissão de Educação, Esporte e Cultura do Senado apresentou uma emenda no valor de R$ 500 milhões e a Câmara outras duas emendas de R$ 400 milhões cada (uma vinculada a museus e outra ao Plano Nacional do Livro e da Leitura). Há ainda as emendas das bancadas estaduais, que podem ser apresentadas até amanhã.

No encontro com Ideli, os artistas pediram também um encontro com Dilma, lembrando que o apoio dos artistas durante a campanha presidencial teve forte impacto na eleição.

Zé Celso, mais uma vez, apelou ao isqueiro e pediu que Ideli o entregasse para a presidente no que ela, bem-humorada, concordou. A ministra afirmou que a questão cultural está sendo trabalhada pelo governo e que tentaria agendar um encontro de Dilma com o setor.

Fonte: Folha.com

Sinais preocupantes de crise externa no Brasil


A crise econômica mundial não tem como foco os países em desenvolvimento como o Brasil. Atinge, principalmente, os EUA e as nações europeias. Nesse sentido, é impressionante o número de Estados ricos que mudaram a coloração partidária dos governos para colocar ordem na casa: Portugal, Irlanda, Itália, Inglaterra, Grécia e agora a Espanha, que elegeu o PP no último domingo.

Mas os reflexos da crise já podem ser percebidos por aqui por meio de alguns dados globais da economia brasileira divulgadas nos últimos dias.

Uma das consequências veio na criação de vagas de trabalho. A geração de empregos no Brasil recuou 38,4% em outubro, na comparação com o mesmo mês do ano passado. Os dados são do Ministério do Trabalho e Emprego.

Foi o pior resultado para o mês desde 2008, auge da chamada crise americana do subprime.

O índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) caiu 0,23% nos últimos três meses encerrados em setembro. Os principais recuos foram nas indústrias do Nordeste e do Sudeste.

Já o fluxo de recursos para o Brasil deve diminuir em 2011. Um estudo do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre-FGV) indica que o País deve perder neste ano cerca de R$ 9 bilhões de investimentos. Com isso, a relação investimento/PIB deverá recuar para 18,2%. Em 2010, foi de 18,4%.

O PIB do terceiro semestre também pode ter um crescimento próximo de zero, de acordo com o próprio Ministério da Fazenda.

A cautela em relação aos investimentos apareceu nos balanços das maiores companhias do País, revela o levantamento da empresa de informações financeiras Economática. No terceiro trimestre, o investimento da Petrobrás caiu 30% em comparação ao mesmo período de 2010, de R$ 25,6 bilhões para R$ 17,8 bilhões. No mesmo período, a Vale desembolsou 14,5% menos. A empresa investiu R$ 5,9 bilhões entre junho e setembro deste ano, ante R$ 6,9 bilhões em 2010.

Outra questão preocupante em um cenário de incerteza com relação ao futuro é o aumento da dívida pessoal dos cidadãos. Hoje, cada brasileiro deve R$ 3.274, de acordo o Banco Central.

Nos últimos três anos, clientes aproveitaram a oferta de crédito nos bancos e aumentaram sua dívida com as instituições financeiras em R$ 320 bilhões. Nesse mesmo período, a massa salarial mensal dos trabalhadores cresceu R$ 36,9 bilhões. Os números revelam que, grosso modo, brasileiros tomaram R$ 865 em novos empréstimos para cada R$ 100 de aumento da renda.

A explicação para uma diferença tão grande de ritmo no aumento da dívida e do comprometimento de renda estaria nos prazos e na taxa cobrada nos financiamentos. Atualmente, empréstimos às pessoas físicas têm prazo médio de 584 dias. Três anos atrás, eram 118 dias a menos para quitar as operações.

Com relação à escalada de endividamentos privados, o economista Santiago Nino Becerra faz um alerta: o Brasil pode viver hoje o que a Espanha viveu durante a euforia de consumo de meados da década.

O governo do PT sempre negou que seus êxitos econômicos estivessem fortemente vinculados com o que acontece lá fora. Agora, por coerência, não deveria culpar a crise externa pelas turbulências que chegam por aqui.

Em grande parte, a crise europeia e americana se deve a seguidos desequilíbrios orçamentários. Não foi por acaso que a maioria dos governos escolhidos para corrigir os rumos foi de linha ideológica afim ao Democratas, partidários da responsabilidade fiscal.

O exemplo mais claro é o PP Espanhol. Também não é a toa que o país economicamente mais estável e forte da Europa é a Alemanha, governada pela União Democrata Cristã, partido também tradicionalmente ligado à sigla brasileira presidida pelo senador José Agripino .

Fonte: Imprensa Democratas

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

‘O Brasil é hoje a versão 2.0 da Espanha de 2003’, diz economista espanhol


Para Santiago Nino Becerra, Brasil segue o mesmo caminho adotado pela Espanha, de endividamento e de crescimento pelo crédito.

A Espanha é "irresgatável" e seus crescimento nos últimos anos foi "baseado numa ficção". O alerta é de uma das principais referências hoje na Espanha, o economista Santiago Nino Becerra, autor de dois livros sobre a crise econômica que afeta o país. Em entrevista ao Estado, o economista diz que um resgate para a Espanha custaria 800 bilhões à UE e ao FMI, dinheiro que "simplesmente não existe". Becerra também alerta que há sinais claros de que o Brasil está seguindo o mesmo caminho de endividamento e de crescimento pelo crédito adotado pela Espanha há dez anos. "O Brasil hoje é a Espanha de 2003, em versão 2.0."

A seguir, os principais trechos da entrevista.

Como, depois de anos de euforia, a Espanha chegou a essa situação? A festa não era real?

A festa em todo o mundo tem sido uma ficção e ainda é uma ficção nos países onde continua. Quando a capacidade de endividamento se esgotou, o pagamento da dívida se tornou impossível.

Como o sr. explica que ninguém na classe política viu essa ameaça e a criação de bolhas?

Certamente sabiam. Mas tinham de ignorar essa possibilidade. O hiperendividamento era, desde o final dos anos 80, a única opção para crescer.

O sr. já alertava para os riscos em 2006. O que diziam as pessoas ao ouvir essa advertência?

Quem me escutava admitia que o crescimento da dívida era insustentável. Na Espanha, entre 1996 e 2005, a dívida privada cresceu 140%.

Na segunda-feira, quando um novo governo assume o poder, há coisas que ele possa fazer diferente do governo atual para solucionar a crise?

Na segunda-feira, alguém ligará para Moncloa (palácio do governo) e perguntará pelo presidente do novo governo e dirá a ele que pegue papel e lápis para tomar nota do que terá de fazer o novo governo do Reino da Espanha. Isso se já não lhe foi dito.

Depois de Portugal, Irlanda e Grécia, a Espanha é resgatável?

A Espanha é irresgatável, assim como a Itália. Seriam necessários uns 800 bilhões, valor que simplesmente não existe.

Os planos de austeridade terão efeitos sociais profundos. Serão suficientes para tirar os países da crise?

O problema não é o gasto, e sim a arrecadação. Ao não crescer, a arrecadação é reduzida e a renda pública cai. Como os países europeus têm compromisso de déficit, a única possibilidade é o corte de gastos públicos, mesmo que isso deprima ainda mais a economia.

O Brasil vive um boom. A Espanha pode servir de lição sobre como não fazer as coisas?

Acredito que o Brasil vive uma situação virtual como a que viveu a Espanha de 1995 a 2007. Pelo que eu sei, a economia brasileira navega em um mar de créditos no qual o governo incentiva o consumo de tudo, como ocorreu na Espanha. Para "resolver" a questão da distribuição de renda, o Brasil deu acesso a crédito a um porcentual enorme da população. Algo parecido com o que ocorreu na Espanha. De 1997 a 2007, os salários reais dos espanhóis só cresceram 0,7%. Mas a população consumiu de tudo. Penso que o Brasil hoje é a Espanha em 2003, numa versão 2.0.

Fonte: Estadão.com.br

PIB pode ter crescimento zero no 3º trimestre, diz Barbosa


O crescimento da economia brasileira no terceiro trimestre pode ficar em torno de zero, disse nesta terça-feira (22) o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa. Ele ponderou, no entanto, que o quarto trimestre deve mostrar recuperação e que o governo está agindo para acelerar a expansão em 2012.

Para Barbosa, a expectativa é de um crescimento de 4% a 5% do PIB (Produto Interno Bruto) no ano que vem e isso não deve causar pressões sobre os preços, com a inflação ficando abaixo dos 5% --no acumulado em 12 meses até outubro, o IPCA, que serve de balizamento para a meta oficial do governo de 4,5% com 2 pontos de tolerância, subiu 6,97%.

"Várias medidas já foram adotas para acelerar o crescimento no ano que vem... medidas como aumento do salário mínimo, desoneração do Supersimples, desonerações do Plano Brasil Maior", disse Barbosa durante balanço do PAC 2 (Programa de Aceleração do Crescimento).

"E você tem o impacto da redução da Selic que já ocorreu este ano", acrescentou, referindo-se ao corte da taxa básica de juros pelo Banco Central em 1% desde agosto, para 11,5% ao ano.

O governo, disse Barbosa, espera nova expansão do investimento público em 2012, associado ao próprio PAC, ao programa Minha Casa, Minha Vida, ao Plano Nacional de Banda Larga e obras da Copa do Mundo de 2014.

Para ele, o país tem capacidade ociosa para aumentar seu crescimento sem gerar pressão inflacionária.

Fonte: Folha.com

Crise esfria investimento no Brasil


Empresas reavaliam planos e País deve perder R$ 9 bilhões com a taxa de investimento recuando de 18,4% para 18,2% do PIB, diz FGV.

SÃO PAULO - O agravamento da crise mundial já provoca um esfriamento nas decisões de investimentos das empresas no Brasil. O movimento ameaça frustrar as expectativas do governo, que trabalha para que a taxa de investimento atinja 22% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2014, garantindo que o País cresça sem pressões inflacionárias.

Um estudo do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre-FGV) indica, contudo, que o País deve perder neste ano cerca de R$ 9 bilhões de investimentos. Com isso, a relação investimento/PIB deverá recuar para 18,2% este ano. Em 2010, foi de 18,4%. O estudo se baseou em dados do IBGE antes da revisão das contas nacionais de 2009.

Com o acirramento da crise na Europa e a valorização do dólar, houve uma freada nos planos de várias companhias de capital aberto. Na divulgação dos resultados do terceiro trimestre, boa parte delas anunciou corte e adiamento de investimentos.

A cautela em relação aos investimentos apareceu nos balanços das maiores companhias do País, revela o levantamento da empresa de informações financeiras Economática. No terceiro trimestre, o investimento da Petrobrás caiu 30% ante igual período de 2010, de R$ 25,608 bilhões para R$ 17,793 bilhões. No mesmo período, a Vale desembolsou 14,5% menos. A empresa investiu R$ 5,861 bilhões entre junho e setembro deste ano, ante R$ 6,849 bilhões em 2010.

A mudança de rumo já foi captada pelo Indicador Mensal de Investimento (IMI), da FGV. Em setembro, o indicador recuou 0,9% na comparação com o segundo trimestre, já descontados os efeitos sazonais. Foi a primeira queda desde abril de 2009, quando a economia estava sob impacto da crise americana e o índice tinha recuado 8,1%.

A economista Silvia Matos, coordenadora técnica do Boletim Macro Ibre e responsável pelos cálculos do IMI, explica que o investimento caiu no terceiro trimestre por causa da retração de 7,1% na importação de máquinas. O IMI, que é um indicador antecedente do investimento, leva em conta a produção de bens de capital e insumos para a construção, além da compra de máquinas no exterior.

Segundo ela, o resultado da retração do investimento no terceiro trimestre será uma taxa de investimento de 18,2% do PIB neste ano, o equivalente a R$ 733,8 bilhões. Se fosse mantida a taxa de 18,4% de 2010, o investimento chegaria a R$ 742,9 bilhões. Ela considerou um PIB de cerca de R$ 4 trilhões para 2011. "A retração poderá ser pior", diz Silvia, argumentando que o investimento é o fator mais sensível à alteração de cenário.

Mudança. Entre as 234 empresas analisadas pela Economática, excluindo Petrobrás, Vale e Eletrobrás, o investimento cresceu de R$ 21,931 bilhões, no terceiro trimestre de 2010, para R$ 28,735 bilhões, agora. "É um investimento forte, de um país que cresce", diz Fernando Exel, presidente da Economática. A questão é que esses planos foram feitos no período de vacas gordas e hoje o vento mudou.

Fonte: Estadão.com.br