quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Malcolm X, debate em programa de TV...


Durante um programa de grande audiência de uma rede de TV americana, Malcolm X foi questionado pelo professor universitário afro-americano Dr.Payson.

Dr.Payson: Por que ensina a supremacia negra? Por que ensina o ódio?

Malcolm X: Um branco pergunta ao negro porque o odeio, é como o estuprador perguntar à violada: “Você me odeia?”. O Branco não está em posição moral para acusar o negro de nada.

Dr.Payson: Mas é um negro que te faz a pergunta.

Malcolm X: Quem chamaria você de negro com diploma de formação superior? E o que os brancos te chamam. É preciso entender o raciocínio, e para isso, é necessário saber que, historicamente, havia duas espécies de escravos: o negro da casa e o do campo. O negro da casa vivia junto do senhor, na senzala ou no sótão da casa grande. Vestia-se, comia bem e amava o senhor. Amava mais o senhor que o senhor o amava a ele. Se o senhor dizia: “Temos uma bela casa”. Ele respondia: “Pois temos”. Se a casa pegasse fogo, o negro da casa corria para apagar o fogo. Se o senhor adoecesse, dizia “estamos doentes”. Se um escravo do campo lhe dissesse: “ vamos fugir desse senhor”, ele respondia: “existe uma coisa melhor do que o que temos aqui?”. “Não saio daqui.” O chamávamos de negro da casa. É o que lhe chamamos agora, porque ainda há muitos pretos de casa.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Sofrimento Negro...



"Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele,
por sua origem ou ainda por sua religião.
Para odiar, as pessoas precisam aprender e, se podem aprender a odiar,
podem ser ensinadas a amar."
(Nelson Mandela - Prêmio Nobel da Paz 1993)




No Brasil, a escravidão teve início com a produção de açúcar na primeira metade do século XVI. Os portugueses traziam os negros africanos de suas colônias na África para utilizar como mão-de-obra escrava nos engenhos de açúcar do Nordeste. Os escravos eram propriedade de seu senhor, não possuindo assim qualquer direito.


Foram longos dias de sofrimento e subordinação perversa a qual o negro era submetido. Nós éramos tratados apenas como uma mercadoria, comprados e alugados a todo o momento, as escravas além de todo sofrimento pelo qual estavam sendo submetidas, ainda tinham o desconforto de serem abusadas sexualmente pelos seus senhores. As famílias negras foram dilaceradas, mães e pais separados dos seus filhos e de lembranças só restavam à imagem na memória.


Os escravos eram vigiados pelo capitão - do - mato, que também era responsável pelas capturas dos escravos que tentavam a fuga e lhe aplicava severo castigos como o açoitamento, o tronco, peia entre outras punições.


Ao contrario do que se diz por aí, assim como os indígenas os negros africanos promoviam formas de resistência, a mais conhecida foram os Quilombos, uma sociedade formada por escravos que fugiram de seus “senhores”, o mais conhecido Quilombo dos Palmares. Além dos quilombos tiveram suicídios, assassinatos, rebeliões, abortos e revoltas organizadas contra os senhores.


Em 13 de maio de 1888, o governo imperial rendeu-se as pressões e a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea. Vale lembrar que o Brasil foi um dos últimos países a abolir a escravidão.


Ao fim desse triste período da nossa história, mal sabíamos que ainda iríamos enfrentar novas paginas. Os escravos foram jogados ao vento sem destino e sem condições de sobreviver dignamente, após anos de trabalhos forçados. Assim os escravos após uma longa odisséia se fixarão nas grandes cidades, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo, onde ergueram os bairros africanos, origem das favelas modernas.


São 121 anos de luta após a abolição e ainda vivenciamos diariamente com o Racismo e o preconceito cotidiano. Contudo acredito que somos iguais e vamos perceber isso, como disse Martin Luter King:


Eu tenho um sonho que um dia nas colinas vermelhas da Geórgia
os filhos dos descendentes de escravos
e os filhos dos desdentes dos donos de escravos
poderão se sentar junto à mesa da fraternidade.


Nós não precisamos de heróis para que possamos viver juntos e de mãos dadas, apenas precisamos enxergar o outro dentro de nós.